domingo, 31 de maio de 2009

Cem anos de solidão


Gabriel García Márquez demarca-se como grande narrador e consegue envolver-nos em prodigiosos jogos de palavras, assentes nas inúmeras gerações de uma família que nada deve à fortuna. Cem Anos de Solidão é uma parafernália de páginas de intensidade aterradora que contrastam com suaves,mas não menos devastadores, momentos de sublime descrição.
Macondo é povoação que acompanhamos desde o seu nascimento à sua aterradora decadência. Buendía é a família com a qual nos familiarizamos ao longo de inúmeras páginas. Gentes de absolutos extremos: alguns taciturnos, outros boémios, alguns ensimesmados ou outros arruaceiros;gentes cujos nomes se confundem no desenrolar da narrativa, vidas que se entrelaçam, confundindo-se e confundindo-nos. Mortos que se passeiam, uma menina que come terra e cal das paredes, relações incestuosas, médicos invisíveis que escrevem cartas... a única e derradeira certeza é a de que todos os afluentes desaguam invariavelmente e irreversivelmente numa densa solidão.García Márquez fala-nos das relações familiares, das afinidades, de amizade e amor, da importância de cada uma delas e do modo pouco sensato como edificamos, diariamente, todo este rol de relações. Um dos livros que levaria para uma ilha deserta, se apenas pudesse escolher dez... a ler, reler e ler ainda, sempre, para a vida...

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