segunda-feira, 30 de março de 2015

Sonolência

Sonolência

Sobre os lençóis
desalinhados
do solitário leito,
anoitece
e cai o corpo,
cansado de viver…
Lentas e arrastadas,
as horas corrompem
o ato de adormecer.
Esgotado,
o sonho amanhece
com fome de vida
e o pão sabe a paz
partilhada.
Na língua envelhecida,
o ázimo sal
profana as memórias
e todo aquele mar
da cidade
onde nasceu
invade os olhos
da mulher
que os encerra
e revivadormece
pela última vez.


                                                                       Delfina Velez Vernuccio

Sem comentários:

Enviar um comentário