Tu,
que aspiras
as dores
do teu filho acamado,
tu,que ensaboas
com a roupa
as tuas lágrimas,
tu,que nas pontas dos dedos
és o fogo
que alimenta
o forno do pão,
no poço da casa velha
lavas os cabelos
vermelhos de sangue
e no teu luto
és festa
para quem se aconchega
no teu ventre
e se aninha
nas tuas entranhas
abertas ao amor.
Delfina Vernuccio, in Fragmentos de um deus inacabado
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