Labaredas de azul nos cabelos de prata,
festivais de luas na pele envelhecida,
corropios de cor nesses olhos sem data
e nas mãos cada sulco é sinónimo de vida!
Açucenas de luz trazes em cada olhar
e acalentas nos braços um gesto de paz,
distribuindo sorrisos em cada esgar,
contrarias o ciclo que a vida te traz.
Ninho quente é o teu colo, de lágrimas feito
e das tuas entranhas brota, no teu peito
o imaculado néctar, p’los deuses querido
e a cada dia, num doce trejeito
tu provas ao mundo que é no teu leito
que o Homem surge, sempre renascido!
Delfina Vernuccio, in Utopias